~ BunnyRanch _ 12 Maio _ In a Bar
É a velha Coimbra do Mississippi. Há já muito que o Mondego galgou as suas ternas e estudantes margens da poesia fadista das décadas de 50 a 70. A música negra norte-americana, aquela que se sobrepôs a todas as morais sinuosas, aos decretos enferrujados de tempo e de humanidade, aquela que agarrou nas ancas do mundo ocidental e o fez dançar ao som das suas guitarras lascivas e dos rhodes mais-que-orgânicos está de volta. A semente do Rock ‘n’ Roll não só se plantou e cresceu em terras lusas – com os Tédio Boys – mas floresceu e deu frutos. A quem surpreende Luna Dance? Apenas – e certamente – aos mais desatentos (ou menos diligentes, se preferirem), a quem se furtou da música nacional até hoje, ou a quem agora nasce. A razão não pode ser outra. E nem necessita transformar-se em qualquer tipo de desculpa. Importa agora desfrutar da panóplia de sons e cores, de estórias de navegações rio abaixo e acima, com um sotaque de gravata e pés descalços. Não é um disco brilhante. Não é um disco fundamental. Não é um disco: não é peça de casa. Não é música de luz aberta sobre a clausura do quarto; da escuridão de farol pensador, nostálgico ou inquieto do cigarro; do uísque confortável das peles sóbrias da sala; da cozinha de barriga farta; dos corredores labirínticos de passeio caseiro. Luna Dance pertence aos bares, aos palcos, ao estremecer do soalho à idade das colunas ligadas aos combos. É dono das gargalhadas à cevada da cerveja. É um bordel do Nevada. * foto: Cláudio Ribeiro |
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INSIDE MY HEAD Bunny Ranch 2006
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