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Saturday, May 05, 2007

~ BunnyRanch _ 12 Maio _ In a Bar

:: Bunnyranch - Luna Dance (2006)

É a velha Coimbra do Mississippi. Há já muito que o Mondego galgou as suas ternas e estudantes margens da poesia fadista das décadas de 50 a 70. A música negra norte-americana, aquela que se sobrepôs a todas as morais sinuosas, aos decretos enferrujados de tempo e de humanidade, aquela que agarrou nas ancas do mundo ocidental e o fez dançar ao som das suas guitarras lascivas e dos rhodes mais-que-orgânicos está de volta. A semente do Rock ‘n’ Roll não só se plantou e cresceu em terras lusas – com os Tédio Boys – mas floresceu e deu frutos.

A quem surpreende Luna Dance? Apenas – e certamente – aos mais desatentos (ou menos diligentes, se preferirem), a quem se furtou da música nacional até hoje, ou a quem agora nasce. A razão não pode ser outra. E nem necessita transformar-se em qualquer tipo de desculpa. Importa agora desfrutar da panóplia de sons e cores, de estórias de navegações rio abaixo e acima, com um sotaque de gravata e pés descalços.

Não é um disco brilhante. Não é um disco fundamental. Não é um disco: não é peça de casa. Não é música de luz aberta sobre a clausura do quarto; da escuridão de farol pensador, nostálgico ou inquieto do cigarro; do uísque confortável das peles sóbrias da sala; da cozinha de barriga farta; dos corredores labirínticos de passeio caseiro. Luna Dance pertence aos bares, aos palcos, ao estremecer do soalho à idade das colunas ligadas aos combos. É dono das gargalhadas à cevada da cerveja. É um bordel do Nevada.
O registo arranca bem com a cativante Your words are my jokes e, se chega a perder a força, a irreverência e o contágio, se chega a pecar, é apenas por ser demasiado homogéneo. Mas problema apenas seria se se tratasse de um disco. Não é assim: em pé, de coração aberto e pulmão cerrado, sob o adeus à chuva dançante de Flip Flop e a sensualidade dos corpos, em plena noite urbana, há água e azeite, leite e sangue, álcool e a malícia no desejo dos olhares. De esgares, de sobrancelhas, de dentes e de línguas, de amarras de suor encarnado. De vísceras nas mãos. Não é, nem de longe, o mesmo aqui e ali.
Não há também – e pelas razões apontadas – um tema que se destaque de todos os outros. Os esboços de assobios podem ser vários e dependem da sensibilidade espontânea do ouvido. Talvez In the land of the poor, com a participação especial da voz de Cláudia dos Micro Audio Waves – Gui também empresta o saxofone ao tema, depois de já o ter feito logo na abertura. Contudo, se há algo que capta insistentemente a atenção ao longo do trabalho é a arquitectura que as teclas de João Cardoso oferecem às composições da banda, sem dúvida o tronco de um ser muito capaz como um todo e àquilo a que se propõe.


* foto: Cláudio Ribeiro

Os Bunnyranch contam agora três títulos na sua discografia: o EP Too Flop Too Boogie (2002), Trying To Lose (2004) e agora este Luna Dance. O quarteto coimbrão sai com este registo das mãos da LuxRecords e passa a ter o carimbo da Transformadores. A produção foi da responsabilidade da própria banda, Flak (Rádio Macau e Micro Audio Waves) e António Bragança. O nome, esse, foi tirado da casa de alterne que serviu de primeiro palco ao colectivo. Em Coimbra, pois claro.

http://www.myspace.com/bunnyranchspace

IN THE LAND OF THE POOR Bunnyranch 2006

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INSIDE MY HEAD Bunny Ranch 2006

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